Dicas para ficar por dentro do que acontece na ciência brasileira
Como medir a saúde do solo?
O 5º episódio da série How to Measure Soil Health , promovido pela iniciativa 4 PER 1000″ Soil Carbon Science Webinar Series já está disponível no youTube.
Neste episódio, a pesquisadora do Soil Health Institute, Cristine Morgan, apresenta um conjunto selecionado de indicadores econômicos e responsivos para avaliação da saúde do solo.
Por sua vez, a pesquisadora da Embrapa Cerrados, Iêda de Carvalho, compartilha informação das avaliações de saúde do solo em larga escala no Brasil, com foco no papel das enzimas do solo.
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O que a sociedade pensa sobre a ciência brasileira?
Conhecer como a sociedade pensa e consome temas relacionados à Ciência e Tecnologia (C&T) é um fator de grande importância para pesquisadores, educadores, comunicadores, jornalistas e gestores envolvidos com o desenvolvimento e implementação de políticas públicas. Isto porque a ciência e a tecnologia fazem parte de importantes debates políticos e sociais, como mecanismos que auxiliam e aceleram o desenvolvimento do país. A pesquisa de Percepção pública da ciência e tecnologia no Brasil surgiu da necessidade de mapear o entendimento dos brasileiros e levantar dados atualizados a respeito do interesse, do grau de informação, de atitudes e conhecimentos relacionados à C&T no Brasil.
Com base nos resultados obtidos, é possível aprimorar ações de popularização científica e de educação em ciências, assim como contribuir com a formulação de políticas públicas voltadas para essa temática. Na edição de 2023, busca-se, assim como nas edições prévias, produzir dados que permitam a comparação com pesquisas anteriores, nacionais/internacionais e, sobretudo, agregar inovações nas formas de abordagem. Portanto, é possível acompanhar o comportamento da C&T ao longo do tempo por meio dos dados.
Cai interesse por programas de pós-graduação no país
O sistema brasileiro de pós-graduação, que atende atualmente mais de 320 mil alunos em programas de mestrado e de doutorado acadêmicos ou profissionais, vive uma crise complexa marcada por problemas que se sobrepõem. O número de estudantes titulados cresceu sem parar por mais de três décadas, atingindo um pico de 24,4 mil doutores e 70,1 mil mestres em 2019, mas esse fôlego arrefeceu na pandemia, com o fechamento de laboratórios e o adiamento de projetos. Passada a emergência sanitária, a crise permaneceu. Há entraves para retomar o ritmo anterior: em 2022, o contingente de formados ainda estava 13% abaixo do de 2019. Em várias áreas do conhecimento, menos candidatos se dispõem a pleitear as vagas dos programas.
“A pandemia ofuscou dois processos que já tinham começado antes dela: um afastamento dos interessados na pós-graduação, principalmente devido à perda no valor de bolsas, e uma redução da atratividade desse tipo de formação em grupos de pessoas que, no passado, costumavam procurá-la”, afirma a cientista política Rachel Meneguello, pró-reitora de Pós-graduação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A versão preliminar do novo Plano Nacional de Pós-graduação (PNPG), que deve ser lançado no segundo semestre pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), forneceu um diagnóstico do descrédito.
Leia reportagem publicada na Revista Fapesp
Mercado de Carbono
O mercado voluntário de carbono é um mecanismo importante para conter o aquecimento global, ao estimular países e empresas a diminuírem suas emissões de carbono por meio de sua precificação. Em relatório lançado , em junho, o Grupo Consultivo para a Crise Climática (CCAG) alerta que princípios científicos e transparência devem embasar as definições do que deve ser considerado no crédito de carbono — e pode servir para orientar a discussão sobre o tema. Essa é uma das pautas prioritárias do Senado neste ano.
O relatório faz parte de uma série de análises feitas de forma independente pelo CCAG. O grupo reúne 15 especialistas do clima de dez países diferentes, com a missão de impactar na tomada de decisão sobre a crise climática.
A ideia do relatório é construir confiança no mercado voluntário de carbono que, segundo os especialistas, atualmente tem limites de ação na redução de emissões de carbono. Para isso, o texto aponta sete recomendações principais que vão além dos princípios de compensação de carbono estabelecidos pela Universidade de Oxford (Reino Unido) — e descreve um roteiro para o mercado voluntário de carbono superar críticas recentes e reconstruir sua confiança por meio da ciência.
Algumas ideias envolvem apoiar projetos que proporcionem reduções reais de emissões de carbono e redistribuir financiamento e benefícios para comunidades locais onde os projetos estão baseados.
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Ferramenta checa se há artigos e projetos em comum entre o currículo Lattes dos candidatos e os avaliadores
O Laboratório de Biologia de Sistemas Computacional (CSBL) desenvolveu o Conflitulus Lattes, uma ferramenta para checar se há artigos e projetos em comum entre os currículos Lattes dos candidatos e dos avaliadores, evitando conflitos de interesse em bancas de mestrado e doutorado.
O CSBL está vinculado ao Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP).
A ferramenta foi idealizada por Helder Nakaya, pesquisador sênior do Hospital Israelita Albert Einstein e líder do CSBL. A plataforma oferece uma triagem inicial de potenciais conflitos de interesse, facilitando a análise de vínculos profissionais e colaborativos entre os participantes.
Segundo Nakaya, Conflitulus Lattes pode ajudar a economizar bastante tempo dos usuários da Plataforma Lattes. “Colocamos um contador de horas salvas para cada vez que a ferramenta fosse rodada. Estimamos que cruzar dezenas de currículos entre si pode poupar até dez horas de trabalho, às vezes muito mais”, pontua o pesquisador para a Agência FAPESP.
Todos os interessados podem usar a ferramenta de forma gratuita. Para isso, há um sistema de login e aprovação de cadastro. Os usuários podem carregar e analisar múltiplos currículos Lattes de candidatos e avaliadores; identificar rapidamente coautorias e colaborações em comum; e gerir relatórios de potenciais conflitos de interesse.
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