Entre os 121 projetos aprovados no edital do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que financia a criação de cem novos Institutos Nacionais de Ciência, Tecnologia e Inovação – INCTs, apenas dois são da área de solos e foram aprovados por sócios da SBCS.
O professor Clistenes Williams Araujo do Nascimento, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) aprovou a criação do INCT “Instituto Nacional de Biotecnologias para o Setor Mineral” (INABIM). Já o professor Carlos Ernesto Goncalves Reynaud Schaefer, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), aprovou a criação do INCT “Solos do Brasil: inovação como chave para uso sustentável”.
O Programa Institutos Nacionais de Ciência, Tecnologia e Inovação – INCTs, se caracteriza por grandes projetos de pesquisa de longo prazo em redes nacionais e ou internacionais de cooperação científica envolvendo pesquisadores e bolsistas das mais diversas áreas, para o desenvolvimento de projetos de alto impacto científico e de formação de recursos humanos. Cada um dos INCT atualmente em execução atuam em um tema de diferentes áreas do conhecimento, envolvendo pesquisadores e bolsistas em temáticas complexas, estruturados em subprojetos, muitos dos quais descentralizados nos diferentes laboratórios e centros que integram a rede de pesquisa.
Cada INCT possui como coordenação, uma instituição sede com excelência em produção científica e/ou tecnológica, alta qualificação na formação de recursos humanos e com capacidade de alavancar recursos de outras fontes, e por um conjunto de laboratórios ou grupos associados de outras instituições, articulados na forma de redes científico-tecnológicas, com uma área ou tema de atuação bem definidos, que estejam na fronteira da ciência e/ou da tecnologia ou em áreas estratégicas do Plano de Ação em Ciência, Tecnologia & Informação – CT&I.
Os projetos
O projeto do INCT “Solos do Brasil: inovação como chave para uso sustentável”, liderado pela UFV, terá uma verba de 11.825.672,00 e tem como objetivo estabelecer uma rede avançada de pesquisa em Solos do Brasil, com desenvolvimentos metodológicos e tecnológicos voltados à ampliação da capacidade científica nacional em atender as demandas da produção agropecuária e uso sustentável dos solos.
Focando em estudos regionalizados em rede no território brasileiro, o projeto busca aperfeiçoar novas metodologias e tecnologias de pesquisa, como sensores avançados e técnicas de inteligência artificial, levantamento, interpretação e mapeamento de solos em todo o Brasil, em escalas compatíveis ao planejamento agrícola, urbano e ambiental, além de escalas mais detalhadas, como de microbacias hidrográficas e propriedades.
Segundo o professor Carlos Schaefer, este INCT será um esforço em rede nacional para o avanço das pesquisas em Solos, abrangendo as principais instituições de atuação em ciência do solo no país, e dando continuidade e apoio qualificados às propostas de mapeamento detalhado e semidetalhado dos solos brasileiros, no âmbito do programa PronaSolos.
A proposta do INCT“Instituto Nacional de Biotecnologias para o Setor Mineral” (INABIM), liderado pela UFRPE, é integrar instituições nacionais e internacionais em uma rede inter e transdisciplinar, com apoio do setor privado, para desenvolver soluções inovadoras baseadas na natureza voltadas ao setor mineral.
De acordo com o professor Clístenes, o INCT aplica biotecnologias à mineração em quatro eixos temáticos:
(1) identificação de plantas hiperacumuladoras de metais estratégicos;
(2) remediação de áreas contaminadas por meio de fitoextração e microrganismos;
(3) biomineração com microrganismos para recuperação de metais;
(4) uso de Tecnosolos vegetados para sequestro de carbono e fitoextração.
A iniciativa promove a economia circular, a redução de impactos ambientais e o uso sustentável da biodiversidade, contribuindo para a mineração sustentável.
A verba a ser liberada será de INCT foi de R$ 10.947.311,97.