Igo Fernando Lepsch
A indicação do Pesquisador e Professor Igo Fernando Lepsch fundamenta-se na sua dedicação por mais de 50 anos à Ciência do Solo com pesquisas de alto nível científico, além da disseminação e ampliação do conhecimento básico sobre os solos e seu aproveitamento de forma racional e sustentável. Igo Lepsch é um dos pesquisadores que mais influenciou o pensamento em Ciência do Solo no Brasil desde o início da década de 1970. Dedicou-se às especialidades da morfologia, gênese e classificação dos solos, do levantamento de solos e das relações solo-geomorfologia. Suas contribuições também podem ser registradas nas áreas do manejo conservacionista e do estudo de sílicofitólitos no ambiente edáfico. A sua atuação e influência na Ciência do Solo vem se dando não só por seus trabalhos de pesquisa em pedogênese e em levantamentos de solos e participação em grupos de trabalho e comitês assessores, mas também pela redação e editoração de centenas de publicações técnicas e científicas.
Igo Lepsch formou-se em Agronomia pela ENA – Escola Nacional de Agronomia (atual UFRRJ). Iniciou sua carreira em 1962 na Divisão de Conservação do Solo, do Departamento de Engenharia e Mecânica da Agricultura do Estado de São Paulo, onde atuou por quatro anos na implantação e disseminação de práticas conservacionistas em propriedades agrícolas. Em 1966 ingressou no Instituto Agronômico de Campinas (IAC). Durante os 26 anos de atuação no IAC, executou levantamentos pedológicos e estudos de pedogênese e geomorfologia de solos. Neste período, cursou mestrado e doutorado na Universidade Estadual da Carolina do Norte -EUA, universidade que muito influenciou sua formação. No Brasil, contribuiu para formação de muitos cientistas do solo que com ele colaboraram ou foram por ele orientados, desenvolvendo ampla base de conhecimentos sobre pedogênese e associações solo-paisagem em regiões tropicais. A excelência de seus trabalhos propiciou reconhecimento no Brasil e em países como Holanda, Estados Unidos e Austrália.
Igo Lepsch foi o primeiro Editor da Revista Brasileira de Ciência do Solo atuando nessa função desde o seu lançamento, em 1977, até 1980, permanecendo como Editor Assistente até 1997. Desde sua aposentadoria do IAC, em 1992, ele vem atuando em várias instituições de ensino e pesquisa do país, como ESALQ e Universidades Federais de Uberlândia, Lavras e de Minas Gerais, apoiando programas de graduação e pós-graduação em ciências agrárias e geografia, assim como assessorando periódicos científicos ligados a essas instituições. Dentre as muitas contribuições, destaca-se ainda sua dedicação à elaboração de livros didáticos para o ensino de graduação e pós-graduação: “Solos – Formação e Conservação”, “Formação e Conservação dos Solos” e “19 Lições de Pedologia”. Ele também coordenou e co-redigiu o “Manual para Levantamento Utilitário do Meio Físico e Classificação de Terras no Sistema de Capacidade de Uso” e Manual Brasileiro para Levantamento da Capacidade de Uso da Terra, que teve uma nova edição lançada em 2015.