Mariangela Hungria da Cunha
Além de ser uma das pesquisadoras brasileiras mais produtivas do país na área de Biotecnologia do Solo, ela é membro titular da Academia Brasileira de Ciências, desde 2008, e acumula uma série de premiações de grande relevância nacional e internacional ao longo de sua carreira, entre elas, o título de Comendadora da Ordem Nacional do Mérito Científico da Presidência da República pela contribuição nas Ciências Agrárias.
Mariangela Hungria é agrônoma formada pela Esalq/USP, em 1979, com mestrado na mesma instituição, 1981, doutorado na UFRRJ, em 1985 e pós-doutorado na Cornell University, em 1989 e na University of California – Davis, em 1991, e também na Universidade de Sevilla (1998). Ela é pesquisadora da Embrapa desde 1982 e está lotada na Embrapa Soja desde 1991. É professora e orientadora da pós-graduação em Microbiologia e em Biotecnologia na Universidade Estadual de Londrina e no curso de Bioinformática na UFTPR. Colaborou, até então, com a formação de mais de 200 profissionais, entre pós-doutores, pós-graduados e graduados.
Como pesquisadora, Mariangela atua principalmente em Biotecnologia do Solo, tem mais de 700 publicações, entre trabalhos científicos, livros, capítulos de livros e publicações técnicas, além de ser revisora de mais de 20 revistas indexadas nacional e internacionalmente. Vários trabalhos dela foram transformados em produtos de grande utilidade para a agricultura brasileira. Ela lançou mais de 20 tecnologias, incluindo rizóbios para a cultura do feijoeiro, Azospirillum para milho, trigo, braquiárias, coinoculação de rizóbios e Azospirillum para soja e feijoeiro. Trabalha cem várias parcerias privadas no desenvolvimento de novos inoculantes microbianos, com diversos produtos já registrados e comercializados. Recentemente, Mariangela assumiu a curadoria do Banco de Germoplasma de Microrganismos para a Produção de Inoculantes Microbianos, homologado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Ela também coordena a única estação quarentenária homologada pelo Mapa para inoculantes microbianos do Brasil.
Mariangela Hungria é revisora de mais de 20 revistas indexadas nacionais e internacionais, representante brasileira na rede de biofertilizantes Ibero-Americana Biofag e foi vice-presidente e presidente da RELARE (Reunião da Rede de Laboratórios para a Recomendação, Padronização e Difusão de Tecnologia de Inoculantes Microbianos de Interesse Agrícola), entre 2010-2016. É consultora da Fundação Bill & Melinda Gates para projetos de fixação biológica do nitrogênio na África, bem como de projetos com a Argentina, México e Peru, além de atuar em projetos em colaboração com a Espanha, Austrália e França. Ela é pesquisadora do CNPq desde 1992 e está no nível 1ª, desde 1998. Em 2010 recebeu o troféu “Glaci Zancan Mulheres de Ciência do Paraná” e o prêmio “Honorary Scientist & Advisor on Agricultural Green Technology”, do Rural Development Administration (RDA, Coreia). Em 2012 recebeu o prêmio Frederico de Menezes Veiga, da Embrapa, sobre o tema “A Agricultura na Economia de Baixa Emissão de Carbono”. Em 2015, foi agraciada com o Prêmio Claudia, na categoria ciências e, em 2018, com a Medalha de Mérito pelo CREA-PR e Medalha de Mérito Nacional CONFEA/CREA, além de outras premiações.